quinta-feira, setembro 21, 2006

Amor Carnal

Apesar dos olhares,
Das bocas onde os silêncios se calam
E tudo é seu,
Amordaçavam o desejo, mordiam os lábios;
Dois enormes couraçados contra novas ilusões.

E se fossem apenas carne?

Devorar-se-iam
Um ao outro eternamente,
Vertendo-se mutuamente;

Pés, peito, pele,
Coxas, línguas, sexos;
Carne sobre carne.

Até ao dia em que alguém
Já cheio de indiferença,
Os resolve-se punir e premiar;
Lhes colocaria um espeto
E acabariam expostos na vitrina
De um talho qualquer.

António Morgado

1 Comments:

Blogger 180º said...

Estou tão feliz, tão feliz que nem cabo em mim. Este poema é lindo, lindo, lindo. Continua a por poemas teus. O teu talento é enorme. É tão grande como o teu coração... do tamanho do universo. beijo muito grande.

22 de setembro de 2006 às 17:28  

Enviar um comentário

<< Home